A nossa visão de quem são os anjos é, por
muitas vezes, clássica, folclórica e religiosa. Pensamos ser seres de pele branca,
com cabelos loiros encaracolados, com uma auréola acima da cabeça, com asas e
tocando harpas.
A Bíblia fala, no livro de Hebreus 13:2, que
muita gente, sem saber, já abrigou em sua própria casa anjos.
Acredito que possam ser de vários tipos,
tamanhos e com cores de pele diferentes. Olhos grandes, ou puxados, usando
óculos, ou com olheiras, cabelos crespos, lisos, loiros, ruivos,
pretos...alguns mais altos do que os outros. Alguns mais orientais, ou mais
ocidentais. Quem me garante o contrário?
O que sei com exatidão é que estão conosco e
aparecem quando menos esperamos. E quando mais precisamos. Falam aquelas
palavras de consolo que queremos ouvir para ajudar a enxugar as lágrimas. E
falam, também, aquilo que não gostaríamos de ouvir, mas que servem como puxões
de orelhas, como forma de ajustar o nosso caminho.
Oferecem o colo. O afago. Mencionam o nosso
nome no diminutivo, ou apelidos para mostrar empatia e carinho, ou algo do
tipo: Estou aqui com você!
Esses anjos são os amigos!
Fico a me perguntar se realmente não são uma
personificação do cuidado divino em nossa vida. Particularmente, não
conseguiria sobreviver sem tê-los como minhas muletas.
Me questiono, ainda, quando começaram a
entrar em meu caminho. Nem sempre surgem em um momento em que eu precisava. Mas
estão lá no momento da necessidade, pois vão construindo dia a dia uma relação
de presença conosco.
Em minhas orações de súplicas nessa semana, pedi
uma manifestação da presença do Senhor Deus através de algo surpreendente. Nem
eu mesmo sabia o que estava pedindo: de repente uma manifestação de fogo, de
vento, de gritos...sei lá! Vai saber!
E quando acho que me frustrei por não ter
visto nada disso, sou surpreendido com a manifestação simples e silenciosa da
presença de um amigo. Como não dizer que poderia ser um anjo enviado justamente
naquele momento?
Quero continuar recebendo em minha casa esses
anjos, mesmo sem saber se são realmente.
Ser racional demais não ajuda em nada, muitas
vezes!