terça-feira, 1 de março de 2016

Malala Yousafzai e a luta pela educação

         
        No mês em que se comemora o dia internacional da mulher, muitas homenagens serão feitas na mídia e nas instituições onde a data é lembrada. Diante de tantos nomes que poderiam ser expostos, diante de tantas mulheres que merecem elogios, lembranças e suas histórias divulgadas, uma que anda representando bem a classe feminina no mundo merece ser destaque.
    Malala Yousafzai (12 de julho de 1997) é uma ativista paquistanesa. É a mais nova ganhadora de um Nobel na história, posto antes ocupado pelo físico australiano Lawrence Bragg, que ganhou o Nobel de Física em 1915, aos 25 anos. Ficou conhecida principalmente pela defesa dos direitos humanos das mulheres e do acesso à educação na sua região natal, no nordeste do Paquistão. Nesta região, os integrantes do Talibã impedem as jovens de frequentar a escola e diariamente destroem os prédios escolares com explosivos, com a finalidade de impedir o acesso à educação. Além disso, o grupo extremista invade casas onde famílias possuem aparelhos de tevê, ou livros, para destruir qualquer possibilidade de aprendizado de uma ideologia que não seja a talibã. Desde então, o ativismo de Malala tornou-se um movimento internacional.
        Após várias ameaças sofridas por ela naquele território, na tarde de 09 de outubro de 2012, Malala entrou num ônibus escolar na província de Khyber Pakhtunkhwa e um homem armado chamou-a pelo nome, apontou-lhe uma pistola e disparou três tiros. Uma das balas atingiu o lado esquerdo da testa e percorreu até o seu ombro. Nos dias que se seguiram ao ataque, a adolescente manteve-se inconsciente e em estado grave. Quando a sua condição clínica melhorou, foi transferida para um hospital em Birmingham, na Inglaterra. A tentativa de assassinato desencadeou um movimento de apoio nacional e internacional.
     
         Em 29 de abril de 2013, a jovem paquistanesa foi capa da revista Time e considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 12 de julho do mesmo ano, Malala discursou na sede da Organização das Nações Unidas, pedindo acesso universal à educação.
        Aqui no Brasil, em 2013, a Editora Companhia das Letras lançou a biografia da jovem e explora os ataques que sofreu enquanto ficava mais conhecida por seu ativismo em prol da educação de meninas.
      Além do livro publicado, suas frases e ousadia têm ficado cada vez mais conhecidas na internet, em blogs, redes sociais e em programas jornalísticos ao redor do mundo. Uma das mais conhecidas e impactantes, que resumem a sua missão e escolha de vida é “Uma criança, um professor, um livro e um lápis podem mudar o mundo."
         Sem desmerecer qualquer grupo, ou ativismo, cujos focos estão no desenvolvimento social, a história de vida dessa jovem, proveniente de uma cultura de extremismos, deve ser tomada como exemplo de mudança de postura e de mente, além de ser mais difundida e aplaudida. É na educação que há a possibilidade do diálogo e das mudanças. É na formação de cidadãos que há espaço para futuros cuidadores das questões mundiais.
        Cada um de nós tem uma responsabilidade em seu entorno social. Se assim não fosse, qual seria a finalidade de estarmos exatamente onde fomos colocados e ao redor das pessoas com quem convivemos? Muitas respostas podem ser encontradas com facilidade; outras necessitam de mais busca. Talvez algumas nunca serão contempladas. Mas uma coisa é certa: nossa existência não é em vão!

         Quer seja para o homem, quer seja para a mulher, ou criança, o início de todas as mudanças se dá por meio do ato de semear a educação. É uma pena que o plantio dessas sementes seja tão desvalorizado!

2 comentários:

  1. Em tempos de fundamentalismos... A educação se tornou um alvo de disputas ideológicas. Tentaram assassinar a garotinha do Paquistão e tentam assassinar todos os dias as palavras do finado Freire em sua pedagogia da "autonomia"...
    Este mês, a novidade foi a censura dos pais de alunos ao colégio Pio X. A razão foi que um livro paradidatico citava, sem fazer apologia, os modelos diferentes de família. O colégio teve que se pronunciar em carta aberta contra a "ideologia de gênero"... Pois esse termo provoca tanto medo nos pais quanto "aborto"... "Morte"...Mas Tudo certo! O livro continua... No fundo, por conta da discussão, o tema é colocado em pauta e em evidência, mesmo se demonizando o verbo/logos "ideologia de gênero"... Afinal de contas, atirar na palavra, no discurso é legítimo!

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