Isso pelo simples fato de estarmos mais com a
cabeça baixa dando conta dos aparelhos celulares, ou dos tablets, e das tão ansiosas e exigentes redes sociais. Não critico
os aparelhos, ou as redes, pois também faço uso deles e isso faz muito bem,
além de ter a sua grande serventia. A questão está no fato de em quem estamos
nos transformando, se cada vez mais robóticos, excludentes, sozinhos, individualistas,
e mais interessados na vivência e privacidade alheias, do que nos nossos
próprios consertos. Um livro bastante interessante e atual sobre isso é “O show
do eu: a intimidade como espetáculo”, da autora argentina Paula Sibilia,
publicado pela Nova Fronteira, 2008.
São muitas
informações instantâneas e realmente fica difícil administrar tanta pressa.
Somos muito cobrados a dar conta de todas as atualizações, caso contrário não
seremos letrados, e dificilmente aceitos nos grupos dos mais ligados na fábrica
das novidades.
Não estranho o
fato de artistas globais, bem como outros cansados desse sistema da pressa, por
vários motivos seus decidirem se retirar e viver em um mundo paralelo em
cidades mais tranquilas. Lembrei-me da atriz Ana Paula Arósio, que saiu da
mídia e vive como criadora de cavalos em uma fazenda.
Recebi de um
amigo a imagem de uma campanha para o contato pessoal, para as palavras, os
elogios, e para o cuidado com o outro rompendo as barreiras da pressa, da
produtividade e da internet. Um convite para uma amizade real, mais concreta, pois as
relações estão cada vez mais descartáveis e os abraços cada vez mais extintos. Tudo muito abstrato. Estamos nos esquecendo de que, por mais que evoluamos e estejamos imersos na
tecnologia, as palavras de gentileza sempre serão melhores com um abraço. É isso que prefiro.
Para concluir, vale a pena ver o vídeo sobre José Datrino, carioca mais conhecido como o Profeta Gentileza, e ouvir a bela voz de Marisa Monte.
Muito bom!
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